domingo, 4 de setembro de 2016

Um sonho tornado realidade

Neste primeiro post vou falar um pouco sobre as razões que me levaram a querer conhecer de perto a Islândia. Bom, obviamente as razões vêm muito lá de trás. Desde pequena que carrego comigo o desejo de explorar, conhecer e vivenciar o nosso e outros planetas. Mas creio que a minha profissão, se assim posso chamar, teve a sua quota-parte de culpa. Sou investigadora científica (bióloga marinha) e a minha área de trabalho é grandemente influenciada pela geologia e paleontologia. Para compreender os meus resultados preciso entender os fenómenos geológicos do presente e do passado e essa é uma tarefa relativamente fácil para quem tem um espírito indagador e se deslumbra facilmente com os feitos da Natureza. 

Desde que ouvi, há uns anos largos, falar de Reykjavík como a capital do país do fogo e do gelo as minhas antenas ficaram alerta. Com o passar dos anos e com a evolução das tecnologias a Islândia começou a entrar cada vez mais nos meus pensamentos. Os relatos de alguns amigos geólogos que passaram por lá vieram aguçar esse apetite. O ano passado comecei então a interiorizar a ideia e a engendrar um plano. Pensei que tinha mesmo de arregaçar mangas caso contrário nunca lá iria. Estes desafios vistos ao longe parecem quase impossíveis, que nos darão um trabalho desmesurado e que implicarão muito dinheiro. É verdade até certo ponto mas também é verdade que nada cai do céu (além de água, pedra e fogo) e que quando queremos mesmo uma coisa temos que batalhar por ela. O dinheiro que não gasto na Islândia será gasto noutras coisas, é certo.

Encontrei alguns obstáculos, claro… convencer a família (a malta quando pensa em férias imagina-se mais de papo para o ar), juntar as patacas, estudar o assunto profundamente para minimizar os gastos e eventuais dissabores, etc.. Estendi o convite a algumas pessoas, sobretudo família, achando que a viagem seria mais agradável com mais companhia. Não fui muito bem-sucedida neste ponto e os motivos foram variados e todos legítimos. Mas duas intrépidas amigas aceitaram o desafio e acompanharam-nos nesta maravilhosa aventura.


Mas não devo avançar para o plano propriamente dito sem fazer uma breve descrição sobre a Islândia, esse país que não é bem deste mundo. E porque o tempo não me permite contar tudo duma vez, reservo o próximo post para esse efeito. Mantenham-se ligados ;) 

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