Neste primeiro post vou falar um pouco sobre as razões que
me levaram a querer conhecer de perto a Islândia. Bom, obviamente as razões vêm
muito lá de trás. Desde pequena que carrego comigo o desejo de explorar,
conhecer e vivenciar o nosso e outros planetas. Mas creio que a minha
profissão, se assim posso chamar, teve a sua quota-parte de culpa. Sou investigadora
científica (bióloga marinha) e a minha área de trabalho é grandemente
influenciada pela geologia e paleontologia. Para compreender os meus resultados
preciso entender os fenómenos geológicos do presente e do passado e essa é uma
tarefa relativamente fácil para quem tem um espírito indagador e se deslumbra
facilmente com os feitos da Natureza.
Desde que ouvi, há uns anos largos, falar de Reykjavík como
a capital do país do fogo e do gelo as minhas antenas ficaram alerta. Com o
passar dos anos e com a evolução das tecnologias a Islândia começou a entrar
cada vez mais nos meus pensamentos. Os relatos de alguns amigos geólogos que
passaram por lá vieram aguçar esse apetite. O ano passado comecei então a interiorizar
a ideia e a engendrar um plano. Pensei que tinha mesmo de arregaçar mangas caso
contrário nunca lá iria. Estes desafios vistos ao longe parecem quase
impossíveis, que nos darão um trabalho desmesurado e que implicarão muito
dinheiro. É verdade até certo ponto mas também é verdade que nada cai do céu (além de água, pedra e fogo) e
que quando queremos mesmo uma coisa temos que batalhar por ela. O dinheiro que
não gasto na Islândia será gasto noutras coisas, é certo.
Encontrei alguns obstáculos, claro… convencer a família (a malta
quando pensa em férias imagina-se mais de papo para o ar), juntar as patacas,
estudar o assunto profundamente para minimizar os gastos e eventuais
dissabores, etc.. Estendi o convite a algumas pessoas, sobretudo família,
achando que a viagem seria mais agradável com mais companhia. Não fui muito
bem-sucedida neste ponto e os motivos foram variados e todos legítimos. Mas
duas intrépidas amigas aceitaram o desafio e acompanharam-nos nesta maravilhosa
aventura.
Mas não devo avançar para o plano propriamente dito sem
fazer uma breve descrição sobre a Islândia, esse país que não é bem deste
mundo. E porque o tempo não me permite contar tudo duma vez, reservo o próximo
post para esse efeito. Mantenham-se ligados ;)
Venham de lá mais relatos e, sobretudo, essas fotos e videos!
ResponderEliminarRogerio.